Anorexia Nervosa


Anorexia nervosa é um transtorno alimentar no qual a busca implacável por magreza leva a pessoa a recorrer a estratégias para perda de peso, ocasionando importante emagrecimento. As pessoas anoréxicas apresentam um medo intenso de engordar mesmo estando extremamente magras. Em 90% dos casos, acomete mulheres adolescentes e adultas jovens, na faixa de 12 a 20 anos. É uma doença com riscos clínicos, podendo levar à morte por desnutrição.


Definição clínica da anorexia nervosa:

  • Peso corporal em 85% ou menos do nível normal.
  • Excesso de atividade física.
  • Medo intenso e irracional de ganhar peso ou de ser gordo, mesmo tendo um peso abaixo do normal. Comumente, anoréxicos vêem peso onde não existe, ou seja, o anoréxico pensa que tem um peso acima do normal.
  • Negação quando questionado sobre o transtorno.
  • Em mulheres, ausência de ao menos três ou mais menstruações. A anorexia causa sérios danos ao sistema reprodutor feminino. 

Outros sintomas e perigos incluem:
  • Bulimia, que pode desenvolver-se posteriormente em pessoas anoréxicas.
  • Danos intestinais, quando o anoréxico faz uso excessivo de laxativos
  • Danos ao rim, quando o anoréxico faz uso excessivo de diuréticos
  • Anemia (devido ao baixo nível de ferro)
  •  Osteoporose (devido ao baixo nível de cálcio, ou à deficiência do intestino em absorvê-lo). 
A anorexia possui um índice de mortalidade entre 15 a 20%, a maior de qualquer transtorno psicológico, geralmente matando por ataque cardíaco, devido à falta de potássio ou sódio (que ajudam a controlar o ritmo 
normal do coração). 


Suas vítimas são quase sempre (95% dos casos) mulheres jovens, de 15 a 20 anos, excessivamente preocupadas com a aparência e mais sensíveis às influências dos padrões de beleza em vigor para firmar sua personalidade. A doença também ataca mulheres na faixa dos 30 e raramente as acima dos 40. Porém não quer dizer que a adolescente que adora estar na moda esteja sujeita a manifestar o problema.


A idade média em que surge o problema são 17 anos. Encontramos muitos primeiros episódios entre os 14 e os 18 anos. Dificilmente começa depois dos 40 anos. Muitas vezes eventos negativos da vida da pessoa desencadeiam a anorexia, como perda de emprego, mudança de cidade, etc. Não podemos afirmar que os eventos negativos causem a doença, no máximo só podemos dizer que o precipitam. Muitos pacientes têm apenas um único episódio de anorexia na vida, outros apresentam mais do que isso. Não temos por enquanto meios de saber se o problema voltará ou não para cada paciente: sua recidiva é imprevisível. Alguns podem passar anos em anorexia, numa forma que não seja incompatível com a vida mas também sem restabelecer o peso ideal. Mantendo-se inclusive a auto-imagem distorcida. A internação para a reposição de nutrientes é 
recomendada quando os pacientes atingem um nível crítico de risco para a própria saúde.



Sintomas

  • Preocupação excessiva com a alimentação. A pessoa passa a maior parte do tempo pensando no medo de engordar.
  • Sensação intensa de culpa e uma ansiedade desproporcional por eventualmente ter saído um pouco da dieta.
  • As pessoas dizem que você está muito magra, suas roupas estão cada vez mais largas, mas você não se acha magra e ainda quer perder peso.
  • Menstruação irregular, ou não existente.
Tratamento


O tratamento da anorexia continua sendo difícil. Não há medicamentos específicos que restabeleçam a correta percepção da imagem corporal ou desejo de perder peso. Por enquanto as medicações têm sido paliativos. As mais recomendadas são os antidepressivos tricíclicos (possuem como efeito colateral o ganho de peso). Os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina têm sido estudados mas devem ser usados com cuidado uma vez que podem contribuir com a redução do apetite. É bom ressaltar que os pacientes com anorexia têm o apetite normal, ou seja, sentem a mesma fome que qualquer pessoa. O problema é que apesar da fome se recusam a comer. As psicoterapias podem e devem ser usadas, tanto individuais como em grupo ou em família.A indicação dependerá do profissional responsável. Por enquanto não há uma técnica especialmente eficaz.


Sem tratamentos, a anorexia nervosa:
  • Desgasta emocionalmente.
  • Debilita os órgãos.
  • Provoca distúrbios associados à desnutrição.
  • Lesa o aparelho digestivo quando há vômitos constantes.
  • Provoca arritmias cardíacas.

Estudo de anorexia:
        A pesquisa foi realizada em um colégio particular da cidade de Piracicaba, SP, contemplando alunos de ensino médio, de ambos os sexos, com idade entre 15 e 18 anos, configurando um estudo do tipo quantitativo descritivo. A coleta de dados foi feita através da aferição do Índice de Massa Corpórea(IMC) de cada aluno participante e pela aplicação do Eating Attitudes Test (EAT-26), instrumento já validado nacional e internacionalmente, para avaliar a presença de sintomas associado à anorexia nervosa. Participaram do estudo 176 anos, sendo que 91 apresentavam 15 anos, 64 alunos tinham 16 anos, 19 alunos tinham 17 anos e apenas 2 tinham 18 anos. Foi detectado que, do total da amostra, 17 alunos (9,7%) apresentavam EAT positivo, ou seja, manifestam sintomalogia para AN. Desses alunos com EAT positivo, 14 alunos (82,4%) são do sexo feminino e três alunos (17,6 %) são do sexo masculino. 
         
        Gráfico 1: Distribuição da sintomologia de anorexia nervosa segundo o sexo. 
        Comparando o Eating Attitudes Test com o Índice de Massa Corpórea, verificou-se que dos alunos EAT positivo, três alunos (17,6%) apresentaram IMC  17,5 kg/m², sendo todos do sexo feminino, nove alunos (52,9%) apresentam IMC na faixa de normalidade e cinco alunos (29,4%) apresentam IMC > 25 kg/m², sendo quatro do sexo feminino e apenas um do sexo masculino.
         Gráfico 2: Distribuição da sintomologia de anorexia nervosa segundo o sexo.
        Os resultados encontrado demostram que o percentual de alunos que manisfestaram sintomatologia para anorexia nervosa (9,7%) está em concordância com as bibliograficas consultadas, as quais referem que a presença de tais sintomas oscila entre 4,9% a 25% (5-6). Outro dado de grande relevância é em relação à prevalência desses sintomas associados ao sexo, pois dentre os alunos EAT positivo a maior prevalência está entre o sexo feminino, evidenciada por 82,4% dos alunos (ou 7,9% do total da amostra) contra 17,6% (ou 1,7% do total da amostra) dos alunos correspondentes ao sexo masculino. No que se refere às associações: alunos com EAT positivo e IMC >25 Kg/m², valor que indica sobrepeso e obesidade, e alunos com EAT positivo e IMC17,5 Kg/m² nota-se também uma maior prevalência dos sintomas relacionados à AN entre o sexo feminino, resultado que vem a confirmar uma maior predisposição à AN nas mulheres.