Estudo realizado com educadoras sobre comportamento alimentar

     
            
            O estudo foi realizado envolvendo a demanda de vinte (20) educadoras, pertencentes a quatro escolas da rede privada da cidade de Campina Grande &– PB, que trabalham com crianças da alfabetização à quarta série, tais alunos com idade entre cinco e dez anos. O projeto foi aprovado Comitê de Ética da UEPB, tendo como proposta a realização de um estudo analítico descritivo dos Distúrbios Alimentares na Infância.
           Tratando-se de faixa etária das educadoras observou-se, de acordo com a Tabela 1, um maior número de profissionais cuja idade varia entre 31 e 35 anos, correspondendo a uma completa formação educacional segundo dados do IBGE (2006).



 
  
       Observou-se também o estado civil das educadoras entrevistadas que correspondeu a 75% de mulheres casadas contra 25% de solteiras, ilustrados na Tabela 2. Nesse sentido, é oportuno comentar que educadoras cujo estado civil era casada possivelmente tenham filhos, com possível experiência com o trato da alimentação infantil.  






       Realizando um breve passeio pelas divulgadas categorias, no que concerne à categoria conseqüências da educação, que encontra grande número de evocações, a educação familiar esta associada com a educação alimentar, englobando características como: descontrole e falta de limite da criança, falta de tempo, desorganização e irresponsabilidade dos pais. Nesta ótica a família é vista como mediadora das regras alimentares, ao mesmo tempo em que se torna agente transformador destes hábitos.

       A categoria maus hábitos alimentares teve associação a uma variabilidade ambiental: situação econômica, concordando que a realidade nutricional independe da renda. Outras referências como guloseimas, massas, frituras, refrigerantes, e outros alimentos industrializados de grande acessibilidade infantil bastante relevante considerada como característica da idade.

      A categoria mídia aparece como forte influência na aquisição dos maus hábitos alimentares, assim se refere às educadoras.

     Outro fator bastante interessante é que a prevalência para tais distúrbios alimentares, na visão das educadoras, está associada à doença. Esta categoria aparece vinculada ao comportamento anormal, excesso de alimento, gula e compulsão, o que vislumbra um discurso simplório sobre os demais distúrbios alimentares, embora estes apareçam de forma implícita em alguns discursos.

     As falas das educadoras com relação à alimentação atual configuram um percentual de 70% em que diferentes colocações são traduzidas em uma mesma idéia “hoje as crianças se alimentam mal”.

       No tocante às concepções dos distúrbios alimentares das educadoras, foi possível destacar um relevante desconhecimento sobre o assunto. Tendo em vista os critérios de má ou boa conduta alimentar visam essa nutricional, os distúrbios alimentares infantis atêm-se aos mais comuns e de fácil constatação, que seria a obesidade, distúrbio este de grande divulgação na atualidade.

    Oportunamente também questionamos a possível existência de alunos portadores de algum tipo de distúrbios alimentares, obtendo o resultado assinalado na Figura 2. Uma vez que se observa no discurso das educadoras a somatória de 60% referente à presença de distúrbios alimentares relacionados à infância é possível diagnosticar uma mudança no comportamento alimentar, mas, sobretudo na realidade escolar que implícita ou explícita transcende as suas tarefas, portanto as prescrições dos educadores.


        No entanto, é preciso lembrar que as educadoras o interpretam como hábito alimentar inadequado, desconhecendo aquilo que transparece somente nas entrelinhas dos discursos vivenciados como problemas existentes em sala de aula.

          Em relação ao perfil das crianças portadoras de algum distúrbio alimentar, encontramos um percentil de 40% para subcategoria Sem Limite, configurando um quadro de descontrole na educação dos filhos.
Associada à subcategoria “limite”, encontramos a Ansiedade,correspondente a um percentil de 30%.

      Com intuito de investigarmos os possíveis determinantes para o desenvolvimento dos distúrbios alimentares na infância, encontramos as causas, Família e Doença. Estas estão representadas pela Figura 3.


 

     Em presença do discurso das educadoras, a concepção de que o alimento é oriundo no universo doméstico, e que enquanto aprendizado está arraigado no convívio familiar e social, encontra menção efetiva. Por esta razão encontramos um percentual de 85% das opiniões de que as causas dos distúrbios alimentares estão relacionadas à família. Esta surge como fator decisivo na maioria dos casos, como também de prevalência, sustentando um antigo discurso sobre até que ponto a escola pode interferir na educação da criança esta, que também de responsabilidade da família.

       Também merece destaque o efeito causado nas crianças pelas mães que trabalham fora, embora se tenha um ganho particular na melhoria sócio-econômica da família, a ausência de cuidado para com a criança, predisponente também a uma má conduta alimentar.

      Entendemos como de grande importância também, o procedimento utilizado pelas educadoras na tentativa de resolução dos distúrbios alimentares, onde foram apontadas duas alternativas: a orientação para a criança na tentativa de propagar uma boa conduta alimentar, com 50% do percentil. A segunda alternativa encontrada pelas educadoras refere-se à possibilidade de diálogo com os pais e trabalho em conjunto, acreditando que assim se terá uma maior probabilidade de melhoria da criança.