Bulimia Nervosa

                            
As pessoas que sofrem de bulimia nervosa ingerem grandes quantidades de alimentos e depois utilizam métodos compensatórios, como por exemplo, vômitos auto-induzidos, uso de laxantes e/ou diuréticos e prática de exercícios muita intensa para evitar o ganho de peso pelo medo exagerado de engordar.

Diferente do que ocorre na anorexia nervosa, na bulimia não há perda de peso e por isso, médicos e familiares têm dificuldade de detectar o problema. “A doença é mais freqüente em adolescentes do sexo feminino”, diz o psiquiatra do Hospital e Maternidade Brasil, Dr. Marcos Nigro.

Pessoas com bulimia tem vergonha de seus sintomas, portanto, evitam comer em público e evitam lugares como praia e piscinas onde precisam mostrar o corpo.
Existe uma alteração do esquema corporal, na percepção; as pessoas se vêem obesas”, explica o médico. À medida que a doença se desenvolve, essas pessoas só se interessam por assuntos relacionados à comida, peso e forma corporal. 

Causas

A bulimia nervosa, assim como a anorexia, é uma síndrome que envolve uma mistura de fatores biológicos, psicológicos, genéticos e culturais. A ênfase na aparência física e a questão da nova estética com destaque para a magreza excessiva podem ter um papel importante.
Problemas familiares, baixa auto-estima e conflitos de identidade também são fatores causadores desses quadros.

Sintomas

Os sintomas mais comuns da doença são:  

  • Interrupção da menstruação.
  • Interesse exagerado por alimentos e desenvolvimento de estranhos rituais alimentares. 
  • Comer em segredo. 
  • Obsessão por exercícios físicos. 
  • Depressão. 
  • Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos. 
  • Vômitos ou uso de drogas para indução de vômito, evacuação ou diurese. 
  • Alimentação excessiva sem nítido ganho de peso. 
  • Longos períodos de tempo no banheiro para induzir o vômito. 
  • Abuso de drogas e álcool.
  • Ansiedade, comportamento obssesivo compulsivo
  • Uso de laxantes e diuréticos indiscriminadamente
Personalidade: pessoas que desenvolvem bulimia quase sempre consomem enormes quantidades de alimentos, geralmente sem valor nutritivo, para diminuir o estresse e aliviar a ansiedade. Entretanto, com a extravagância alimentar, surgem a culpa e depressão.

Pessoas com profissões ou atividades que valorizam a magreza, como modelos, bailarinos e atletas, são mais suscetíveis ao problema.
O diagnóstico de bulimia nervosa requer episódios com uma freqüência mínima de duas vezes por semana, por pelo menos três meses.

Esses episódios podem levar a algumas complicações médicas, como por exemplo, inflamação na garganta
pelos efeitos do vômito, face inchada e dolorida por causa da inflamação das glândulas salivares, cáries dentárias, desidratação, desequilíbrio eletrolítico, vômitos com sangue, dores musculares e câimbras.

Tratamento

Quanto mais cedo for diagnosticado o problema, melhor. Quanto mais tempo persistir o comportamento alimentar anormal, mais difícil será superar o distúrbio e seus efeitos no organismo.

O apoio e incentivo da família e dos amigos podem desempenhar importante papel no êxito do tratamento. O ideal de tratamento é que a equipe envolva uma variedade de especialistas: um clínico, um nutricionista, um psiquiatra e um terapeuta individual, de grupo ou familiar.

As medicações antidepressivas para estabilização do humor (ansiedade, depressão, sintomas obsessivos) também têm se mostrado eficazes no controle da bulimia.




Estudo realizado com 20 pacientes bulímicas:

Das 20 pacientes bulímicas analisadas em seguimento, computou-se que 25,00 % (n=5) estavam envolvidas em profissões ou atividades relacionadas à exigência de um corpo magro (nutricionista, professora de educação física, dançarina, estudante de nutrição, atriz.)

De acordo com a Tabela 1, na admissão ao tratamento, as pacientes variaram em idade de 20 a 40 anos (média 27,70 ; MD 25,00).

O peso no início do tratamento, ficou na média de 61,80 kg (MD 62,8) e o peso desejado na média de 54,56 kg (MD 54,50); ou seja, 7,24 kg a menos do que o peso atual.

O IMC variou de 18,50 a 33,59 e o IMC médio ficou dentro da faixa considerada adequada, 22,92 (MD 22,40).
A idade das pacientes, para início da dieta, teve a média de 17,35 anos (MD 17,00). A média da idade do início da compulsão foi 18,72 anos (MD 18,00). A idade de início dos vômitos ficou na média de 20, 55 anos (MD 18,00) 


Tabela 1: Dados descritivos das pacientes com relação a idade, peso, idade de início da dieta, compulsões e vômitos, no início do tratamento.