Introdução

O que são distúrbios alimentares?

Distúrbios alimentares são condições complexas que levam o indivíduo a um ciclo de destruição física e emocional.

Conflitos familiares, história de abuso físico e emocional, como também a dificuldade em expressar sentimentos e emoções são aspectos interpessoais encontrados com freqüência nestes quadros.

Outro fator que atravessa de forma determinante os Distúrbios Alimentares, são os aspectos sócio-culturais. A magreza e o corpo perfeito são cultuados na atualidade, onde a aparência física é mais valorizada que aspectos que definem a individualidade.

Pessoas com distúrbios alimentares freqüentemente usam comida e o controle da comida como uma tentativa de lidar com sentimentos e emoções.                

Para alguns, excessos de dieta, comer compulsivamente e vomitar pode começar como uma forma de lidar com emoções dolorosas e sentir-se em controle da própria vida. Como conseqüência, esse comportamento prejudicará a saúde física e emocional da pessoa, sua auto-estima e o senso de competência e controle. 

Vários fatores concorrem para o desenvolvimento dos distúrbios alimentares, desde aspectos psicológicos, interpessoais, e sociais. Entre os fatores psicológicos a baixa auto-estima, sentimentos de inadequação e falta de controle, são encontrados juntamente com quadros depressivos e ansiosos. 
Algumas formas comuns de distúrbios alimentares: a Anorexia Nervosa , que é uma condição em que as pessoas restringem a ingestão de comida, às vezes para valores tão baixos como 300 calorias por dia; a Bulimia Nervosa caracteriza-se por períodos de indulgência em grandes quantidades de comida para depois vomitar ou usar laxantes para eliminar a comida do corpo; o Transtorno de Compulsão Alimentar, que se caracteriza pelo excesso compulsivo de alimentação, levando na maioria das vezes à obesidade. Ocorre quando as pessoas comem em demasia mas não purgam a comida e ganham peso em excesso.
Qualquer um destes transtornos alimentares tem consequências nutricionais muito graves e um forte impacto na saúde dos indivíduos. 


Transtorno alimentares em escolares:

Realizou-se um estudo estudo com 1.807 escolares entrevistados, onde 887 (49,1%) eram do sexo masculino e 920 (50,9%) do sexo feminino, com idade entre 7 e 19 anos, média de idade 12,7±2,5 anos.

Encontramos 1.059 alunos (59%) insatisfeitos com sua imagem corporal, sendo que 511 (48%) gostariam de parecer mais magros e 548 alunos (52%) gostariam de parecer mais gordos.
Dos alunos que gostariam de parecer mais magros, 69% pertencem ao sexo feminino e 31% ao sexo masculino (p = 0,000).
Entre os alunos que gostariam de parecer mais gordos, há uma predominância significativa do sexo masculino (p = 0,000).
Encontramos, ainda, 731 alunos (40%) alunos que têm o hábito de fazer algum tipo de dieta, com predomínio significativo do sexo feminino (p = 0,000). Desses 731 alunos, somente 118 (16%) fazem dieta freqüente; os demais o fazem de maneira esporádica.
Outro comportamento utilizado para perda de peso é a atividade física. Em nossa amostra, encontramos 1.014 alunos (56%) que fazem exercícios com a finalidade de emagrecer, com predomínio significativo do sexo feminino (p = 0,000). Cerca de 12% dos alunos apresentam episódios bulímicos, com predomínio mais uma vez do sexo feminino (p = 0,003), e 10% utilizam métodos purgativos para perder peso .